Em 18 de maio de 2021, o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro foi reaberto após uma década fechado à visitação. Localizado dentro do Parque Natural Municipal da Cidade, o Museu funciona num belo solar do século XIX que teve seu interior e sua fachada restaurados.
Em 2011 foi iniciada a restauração completa do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. As obras incluem a edificação principal, a Capela de São João Batista e o prédio anexo. Foram executados também serviços de rede elétrica, hidráulica, sanitária e telefonia.
As obras contemplaram a recuperação das fachadas, paredes, pisos, pinturas e todo o conjunto histórico. Também foi realizada uma revisão geral da estrutura em concreto armado e impermeabilização de lajes. Os detalhes dos talhados e as pinturas ornamentais também passaram por restauro.
Em sua reabertura, a Instituição abrigou uma exposição de 482 peças (de um acervo de 24 mil itens), com estandartes do século XIX, aquarelas de Debret, gravuras de Thomas Ender e até os planos para a abertura da Avenida Central.
O Museu está aberto de quinta a domingo, das 9h às 16h e fica à Estrada Santa Marinha, s/nº, na Gávea.
O Museu que conta a história do Rio de Janeiro
O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro foi criado em 1934, na gestão do prefeito Pedro Ernesto, e, desde 1941, encontra-se instalado em um solar do século XIX, dentro da imensa área verde do Parque da Cidade, no bairro da Gávea, cercado por árvores centenárias, riachos e um açude.
O solar onde se encontra o Museu fazia parte da Chácara do Morro do Queimado, de propriedade de Catarina de Sena. Posteriormente, pertenceu ao jurisconsulto José Antonio Pimenta Bueno (1803 – 1878), o Marquês de São Vicente, que a transformou em uma fazenda de café que se estendia até a Vista Chinesa.
Em 1887, o Conde de Santa Marinha, Antônio Teixeira Rodrigues, adquiriu aquele trecho da propriedade dos herdeiros do Marquês. A terra transformou-se então em um belo parque graças ao Conde de Santa Marinha, arquiteto e artista canteiro. A residência, simples edificação de um pavimento, adquiriu o aspecto senhorial das grandes vivendas do fim do século XIX e passou a ser conhecida como Solar de Santa Marinha.
O próximo proprietário do imóvel foi Guilherme Guinle, que aumentou a obra artística do Conde de Santa Marinha e ampliou o prédio, instalando inclusive um elevador. Na gestão de Henrique Dodsworth, a Prefeitura do então Distrito Federal adquiriu o Solar e o Parque, continuando a zelar por esse patrimônio artístico e natural.
Em três de maio de 1941, durante a gestão do Prefeito Henrique Dodsworth, o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro foi transferido para o antigo Solar de Santa Marinha, no Parque da Cidade, onde ocupou algumas salas do prédio principal.
Acervo
O Museu possui um vasto acervo bibliográfico, documental e museológico, que inclui mobiliário, coleção de moedas e medalhas, armaria entre outros itens como esculturas, porcelanas, pinturas, gravuras, fotografias e obras de artistas consagrados, num total de 14 mil peças. Entre sua coleção distingue-se um exemplar de Fonte Wallace, fundida na década de 1870, pela Fundição Val d´Osne, na França.
No solar destacam-se as varandas incluídas em 1902, com coberturas sustentadas por estruturas metálicas. Na foto acima, vê-se que as telhas foram retiradas para restauração.
Capela de São João Batista
Ainda é possível ver, próxima ao solar, a Capela de São João Batista, com painéis do pintor baiano Carlos Bastos, retratando a vida e a morte do profeta. A Capela foi construída no início do século XX pela esposa de João Carvalho Macedo, que herdou a propriedade do Conde de Santa Marinha.
Texto e Fotos: Alexandre Siqueira e Leo Ladeira
Fontes de Consulta
- Home Page Associação de Amigos do Museu da Cidade
- Home Page Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro
- Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Estado da Guanabara, 1974
- Guia Museus do Rio – Isabel de Sued – Agir Editora – 1994
- Guia da Arquitetura Eclética no Rio de Janeiro. Casa da Palavra, 2000.