O Obelisco que arrematou a construção da Avenida Central

Quem vê hoje o monumental obelisco no fim da Av.Rio Branco, quase que perdido entre várias pistas de trânsito, mal pode imaginar que no passado ele se situava a poucos metros do mar.

Sim, o monumento foi instalado naquele trecho para arrematar a criação da Av.Central, aberta dentro do programa de remodelação do Rio de Janeiro pelo prefeito Pereira Passos no início do século XX.

O obelisco da Av. Rio Branco foi doado à cidade pelo empreiteiro Antônio Januzzi, que construiu diversos edifícios da antiga Av.Central.

O monumento, executado pelo escultor Eduardo de Sá, possui 18, 15 m de altura e 28 toneladas de granito retirados do Morro da Viúva.

O obelisco foi inaugurado em 1906, na presença do presidente da República, Rodrigues Alves, do prefeito Pereira Passos, do ministro da Viação e Obras Públicas, Lauro Müller, do engenheiro Paulo de Frontin, dentre outras autoridades.

O monumento foi erguido próximo à amurada da Av. Beira Mar e ao já demolido Palácio Monroe. A peça representava toda a transformação pela qual passava o Rio naquela época.

Fortes Ressacas na Baía da Guanabara

É difícil imaginar nos dias de hoje, mas várias fotografias históricas revelam que fortes ressacas na Baía de Guanabara e muitas vezes atingiam a Av. Beira Mar, causando inúmeros danos ao patrimônio público e ao mobiliário urbano da época. Em dias de ressaca, a pista da Av. Beira-mar costumava ficar coberta de água e muitos curiosos se protegiam na base do Obelisco.

Cavalos no Obelisco e o fim da República Velha

O Obelisco da Rio Branco também está relacionado a um importante episódio da história brasileira. Em 1930, quando se sagrou vitorioso o golpe de estado chamado de Revolução de Três de Outubro, que depôs o presidente Washington Luís e colocou Getúlio Vargas no poder, os combatentes gaúchos, tendo à frente o General Flores da Cunha, amarraram seus cavalos no obelisco. O gesto simbolizava o domínio gaúcho sobre o país. Era o fim da República Velha. A escolha do obelisco não foi à toa: ele era um dos símbolos da moderna Capital Federal.

O Obelisco Hoje

Passados 116 anos (em 2022) da construção do Obelisco da Avenida Rio Branco, o monumento hoje está definitivamente afastado do mar, que foi bastante recuado pelos aterros que aquela região sofreu ao longo das décadas.

Em vez das águas da Baía, o que se vê à volta do marco são inúmeras pistas de trânsito e novas praças e espaços. Seu vizinho mais ilustre, o Palácio Monroe, foi demolido em 1976. Hoje em seu lugar existe uma grande praça ocupada pelo chafariz e, no subterrâneo, uma empresa de estacionamento. A Av.Beira Mar, que se estendia pertinho do monumento, foi recuada e hoje só vai do Castelo até as imediações da Praça Luís de Camões, na Glória.

Além dos automóveis, o velho Obelisco hoje vê passar do seu lado o moderno VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

Veja abaixo mais fotos do Obelisco da Av. Rio Branco

Obelisco e a ressaca na Baia da Guanabara
Cavalos amarrados no obelisco durante a Revolução de 30
Um passeio de automóvel na Av. Beira Mar
O Obelisco e o Palácio Monroe
Desfile militar em 1939 próximo ao obelisco
Trânsito na Av. Rio Branco em 1958
Cartão postal da Av. Beira Mar
O Obelisco nos dias de hoje
O Obelisco e o VLT em 2020
O Obelisco em 1975
O Obelisco e a Mesbla
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Obelisco e a ressaca na Baia da Guanabara
Cavalos amarrados no obelisco durante a Revolução de 30
Um passeio de automóvel na Av. Beira Mar
O Obelisco e o Palácio Monroe
Desfile militar em 1939 próximo ao obelisco
Trânsito na Av. Rio Branco em 1958
Cartão postal da Av. Beira Mar
O Obelisco nos dias de hoje
O Obelisco e o VLT em 2020
O Obelisco em 1975
O Obelisco e a Mesbla
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Artigo por Leo Ladeira

Fontes de Consulta:

  • Site Alma Carioca
  • Site RememorArte
  • Site Foi Um Rio Que Passou
  • Blog Saudades do Rio
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