Dia da Consciência Negra: Testemunhas da Africanidade no Rio

No âmbito do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, a Olhos de Ver lembra locais históricos e simbólicos da presença e memória da população negra na cidade do Rio de Janeiro.

Trilhemos por estes testemunhos da africanidade no Rio.

Cais do Valongo

Redescoberto durante as obras de reurbanização da Zona Portuária da cidade, é o vestígio material mais importante do ponto de entrada dos povos africanos escravizados da História da humanidade. Por ele, passaram mais de um milhão de africanos. Remodelado em 1843, para receber a noiva do Imperador D. Pedro II, D.Teresa Cristina, só foi redescoberto em 2011. Nas escavações arqueológicas foram encontrados artefatos como búzios, amuletos, botões, miçangas, cachimbos e itens feitos de ossos de animais.

📍 Praça Jornal do Comércio – Saúde.  

Pedra do Sal

Na antiga Pedra da Prainha, os escravizados africanos desembarcavam o sal importado de Portugal. Daí o nome dado à grande rocha. A partir de então, aquela localidade passou a concentrar uma expressiva população de negros. A Pedra do Sal e a chamada “Pequena África” no Rio de Janeiro são apontados como espaços de religiosidade, festa, música e luta.

📍 Rua Tia Ciata / Largo do João da Baiana – Saúde.

Instituto Pretos Novos (IPN)

O IPN funciona sobre o local onde existiu o Cemitério dos Pretos Novos, que por mais de 60 anos guardou os corpos dos negros africanos que morriam após o desembarque no Rio de Janeiro. O sítio arqueológico foi descoberto em 1996 e hoje o Instituto promove  projetos educacionais, culturais e de pesquisa, para a preservação da memória relacionada à escravidão.  

📍 Rua Pedro Ernesto, 34 e 32 – Gamboa

Igreja de N.S. do Rosário e São Benedito

Foi uma das primeiras na cidade a ser constituída por uma irmandade de homens negros. Entre os membros da irmandade estavam figuras ilustres, como o Padre José Maurício Nunes Garcia e Mestre Valentim. A Igreja promovia as famosas congadas, com desfile de reis e rainhas. Destruída por um incêndio em 1967, do qual só restou a fachada, a igreja foi reconstruída sob projeto de Lúcio Costa.  

📍 Rua Uruguaiana, 77 – Centro.

Largo de Santa Rita

No local existiu o primeiro Cemitério dos Pretos Novos do Rio. O cemitério, que funcionava aos cuidados do pároco de Santa Rita, ocupou o largo fronteiriço à igreja entre 1722 e 1769, quando foi transferido para o Caminho da Gamboa. Durante as obras da Linha 3 do VLT, foram encontrados vestígios do antigo cemitério.

📍 Largo de Santa Rita, s/n – Centro.

Igreja de N.S. da Lampadosa

A Irmandade era uma confraria de homens negros que exercia sua devoção inicialmente na Igreja do Rosário. Em 1748, foi construída sua própria igreja. A antiga Igreja da Lampadosa foi retratada pelo pintor francês Debret, que reproduziu o enterro de uma mulher africana de origem moçambicana na Igreja da Irmandade. A atual edificação é fruto de reforma realizada na década de 1930.

📍 Av. Passos, 15 – Centro.

Igreja de Santa Efigênia e Santo Elesbão

Foram os escravizados que trouxeram para o Brasil o culto a esses dois santos, de origem africana. Foi construída por uma irmandade de africanos de Cabo Verde, Costa da Mina e Moçambique.

📍 Rua da Alfândega, 219 – Centro.

🫵🏻 E você? Conhece estes espaços de memória? Qual ainda não visitou e gostaria de conhecer?

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