Este belo palacete em estilo eclético, com elementos renascentistas e neoclássicos, datado de 1884, foi residência de João Lustosa da Cunha, o Visconde de Paranaguá (mais tarde Marquês de Paranaguá).
Oficialmente está localizado em Santa Teresa, apesar de ser pertíssimo da Glória (sua entrada dá-se pela Rua Taylor).
Em 1918, o casarão de três andares e mirante, com uma vista deslumbrante da Glória, Lapa e Centro, chegou a ser destaque na revista Fon-Fon (foto abaixo). Mas em 2024 encontra-se abandonado e praticamente em ruínas.
Há informações que afirmam que após a morte dos herdeiros do Visconde, o casarão teria sediado um bordel. Na década de 1990, o imóvel serviu de locação para o filme “Navalha na Carne” com Vera Fischer, e abrigou ateliês de famosos artistas plásticos.
O espaço chegou a participar do Festival de Inverno da Secretaria Municipal de Cultura e do projeto Arte de Portas Abertas de Santa Teresa.
Quem teve a oportunidade de visitá-lo nessa época pôde se encantar com mosaicos de pastilhas nas paredes e no chão, com os vitrais art nouveau nas janelas, com a claraboia e com o painel de azulejos portugueses instalado em 1921 em um nicho externo, perto da porta de entrada do casarão e que hoje não existe mais! Sim, todas as peças do painel foram roubadas.
Em 2017, o casarão, já bastante deteriorado, sediou o Bazar do Palacete. Agora espera alguma ação dos órgãos de proteção do patrimônio histórico e da Prefeitura do Rio, afinal o imóvel foi tombado em 1998 na gestão do prefeito Luiz Paulo Conde.
O ideal seria transformá-lo em centro cultural, como tem acontecido com outros imóveis históricos do Centro dentro do projeto Reviver Cultural.
Mas seria necessária uma minuciosa restauração do palacete. Será que sai um dia? Torçamos e cobremos!
📍Rua Visconde de Paranaguá, 14/16. Santa Teresa (acesso pela Rua Taylor).
📸: Leo Ladeira (2024)
Uma pena. Esse palacete é lindíssimo.
Que venha logo a restauração desta casa quase sesquicentenária.
Precisamos preservar nossa fase cultural do século passado.
Infelizmente temos uma política que não cuida nem mesmo do básico (saúde, educação, segurança),imagina investir em restauração da nossa história.
É muito triste ver essa obra de arte se perder no descaso,na falta de entendimento da parte histórica da nossa cidade.
No início dos anos 2000 havia invasores ocupando o palacete, com notícias de crime de homicídio. Infelizmente, não houve readequação do imóvel para fins de habitação multifamiliar (dividir internamente em apartamentos independentes), como a prefeitura fez, de maneira brilhante, em alguns imóveis abandonados e destruídos na área do centro, o programa “morando no centro” uma espécie prévia de “minha casa minha vida” com financiamento da prefeitura, como na Rua Francisco Muratori 38 (https://maps.app.goo.gl/JpH6or1bSY6v7ZF69?g_st=ac), e, para o público em geral, mais humilde, como na Rua de Santana 119 (https://maps.app.goo.gl/76oWgcYCdywbc3cJA?g_st=ac), próximo ao Liceu de Artes e Ofícios e do “balança mas não cai”.
Mais uma vergonha deste órgão que não funciona adequadamente ( IPHAN)
Deixa de falar m.
O tombamento não é federal, IPHAN tem nenhuma responsabilidade sobre este imóvel.
Cobre de quem é o responsável.
Asn0.
Excelente matéria pelo resgate do nosso Patrimônio histórico cultural. Não temos no RJ esse cuidado com relíquias e respeito ao passado histórico. Nossos governantes preocupam-se com construções novas e sem muito futuro histórico do Novo tempo. Grande lástima. Em plena orla de Copacabana a caríssima obra do Museu da Imagem e do Som
pago em euros para um arquiteto espanhol…l
Está à deriva…num posto 4 tão abandonado e sujo…Já se passaram dois governos do Prefeito do Rio e nada de conclusão da Obra. Olhos tristes de cariocas e turistas observando nossos recursos financeiros desperdiçados..
Olá!
Qual seria o melhor órgão para fazer a restauração do local?
Parabéns pelo esforço de revitalizar este prédio , um marco da História e da estética brasileira do Império .
ISTO ACONTECE POR TOTAL NEGLIGÊNCIA DA PREFEITURA. FALAR E. RECUPERAR CASARÕES,PRÉDIOS PARA ABRIGAR PESSOAS RM SITUAÇÃO DE RUS,É FACIL.QUERO VER FAZER.
Devemos pensar no futuro,derruba e constrói uma escola pública com esse dinheiro que seria gasto na reforma.E contrata bons professores para oferecer cultura para esses jovens carentes do Rio de Janeiro.
Triste!!!!! Triste demais! Vamos compartilhar para que possamos cobrar.
A preservação do patrimônio histórico é a prova viva da necessidade de conhecermos nossa identidade.
Lamentável o desrespeito à nossa história…
Sensacional reportagem, é uma pena a destruição desse Palacete!!!!
Infelizmente diariamente vi a degradação subindo e descendo a escadaria, pois nasci nessa Rua Visconde de Paranaguá, 61 em 1951.
Torcer pra Secretaria de Cultura recuperar esse patrimônio histórico.
É um crime deixar uma belíssima contrução como essa como se deteriorar. Os órgãos de proteção ao Patrimônio Artístico e Cultural deveriam tomar alguma providência.
O governador está preocupado com o Carnaval,pois gera recursos para a cidade. A preservação do patrimônio histórico,não leva à nada. Pensamento de políticos materialista.
O governador não tem nada haver com carnaval, carnaval é da Rio tur que pertence a prefeitura que coloca 2 milhões para cada escola todo ano que poderiam ser investido em algo melhor, tipo: saúde, educação ,transporte e etc…
Devo dizer que os orgãos de defesa do Patrimônio Histórico não dispõem de verba para: desapropriar ou alienar imóveis particulares, mobilizar obras de restauro em imóveis de terceiros, ou seja… não podemos pedir o incabível juridicamente. Pode multar sim os proprietários de bens tombados, o município pode também se valer do Estatuto da Cidade e reclamar o uso social do imóvel, mas o Sagrado direito de propriedade os faz arruinar, virar estacionamento, depósito tudo em seu nome.
Também dá para perceber que o telhado do mirante desabou ou se desmanchou com o tempo.
O que mais me surpreende no Rio são estes edifícios, que testemunharam o Brasil do século XlX. Preciso ir ao Rio para apreciar detalhadamente uma destas belezas históricas. Com relação ao palacete do Visconde de Paranaguá, muito triste ver esta obra secular deteriorando …deteriorando… Edgar, Betim -MG
Entre 1957 e 1961, estudei na Escola deodoro a 100 m de distância. Eu via o Palacete pela escadaria da Rua Visconde de Paranaguá. Como criança, não tinha noção de seu valor como patrimônio histórico. Tenho lembrança de que lá pelos anos de 1960 ele estava em bom estado.
Parabéns pelo esforço em prol da conservação da histórica da cidade.
Passei boa parte da minha infância brincando no quintal desse casarão e sempre foi abandonado. Tomara que alguem tenha a boa sorte de restaurar e trazê-lo de volta.