As Marrequinhas remanescentes do Chafariz das Marrecas

O Chafariz das Marrecas em aquarela de Armand Julien Pallière (c.1807)

Você já ouviu falar do Chafariz das Marrecas? Era uma fonte criada em 1785 por Mestre Valentim da Fonseca e Silva, no governo do vice-rei D. Luiz de Vasconcelos. Era localizada na esquina das ruas das Belas Noites (atual Marrecas) e dos Barbonos (atual Evaristo da Veiga), e constituía-se em uma das obras com objetivo de sanar o problema do abastecimento de água na cidade no período colonial.

Duas marrequinhas sobreviventes hoje no Museu Histórico da Cidade

Como a água jorrava do bico de cinco marrequinhas de bronze, a população passou a chamar a fonte de Chafariz das Marrecas, e a rua em frente deixou de ser Belas Noites e ganhou também o nome da ave.

O chafariz de formato semi-circular possuía linhas barrocas e cartela rococó. Na base, dois tanques de cantaria eram alimentados por bicas simples. No patamar superior, alcançado por uma escada de pedra com oito degraus, encontrava-se um terceiro tanque, para o qual caía a água lançada pelas marrequinhas.

O Chafariz das Marrecas em desenho de Magalhães Corrêa

Faziam parte do conjunto do chafariz duas estátuas que representavam a ninfa Eco e o caçador Narciso, as primeiras obras em metal fundidas no Brasil, também de autoria de Mestre Valentim.

O Chafariz das Marrecas foi demolido em 1896, por motivo das obras de ampliação dos quartéis de polícia da Rua Evaristo da Veiga.

As estátuas de Eco e Narciso foram transferidas para o Jardim Botânico, onde podem ser vistas no Memorial Mestre Valentim.

E as marrequinhas? Apenas duas sobreviveram e foram recolhidas ao Arquivo Municipal do Rio de Janeiro. Hoje as peças estão expostas no Museu Histórico da Cidade, no Parque da Cidade, Gávea.

Não deixe de observar essas peças históricas quando for a este belo e importante Museu!

📍Museu Histórico da Cidade. Est. Santa Marinha, s/nº, Gávea.
📸 Leo Ladeira (2024).

© Olhos de Ver – Patrimônio Histórico Rio de Janeiro

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